"Os pesquisadores, ao investigar e publicar, buscam contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e franca nas suas relações. Seja por meio das telenovelas, das redes sociais digitais, do jornalismo independente ou do tradicional, reverberamos vozes, ao passo que amplificamos ancestra
...
lidades, compreendendo seu papel em nossa formação. O cenário é complexo e sua compreensão demanda ouvir diferentes opiniões para ponderar sobre uma sociedade em constante mutação e apropriação dos canais de informação. Estas novas estruturas são marcadas pela convergência de linguagens e distribuídas das mais diversas formas, concatenadas com diversos canais e em tempo real. O cidadão é um elo em uma cadeia formada por diversos blocos de informação, retransmitidos e remixados. Estes artigos convidam o leitor para uma leitura que demanda a pausa necessária para a compreensão das informações, mas que será realizada junto de anotações tradicionais ou em sistemas de referência para uso em publicações futuras. Além disso, a obra representa a resistência do conhecimento em um momento importante do país. É preciso cada vez mais propagar o conhecimento, utilizando a reflexão para reconectar pessoas em um momento de polarização pelas mais diversas pautas. A alteridade do tempo atual carrega em si conflitos, que serão resolvidos através da empatia e de novas formas de construir um pensamento em sintonia com o porvir." (Descripção casa editorial)
more
"Como indica o título do livro há em seus 21 textos diversos cenários que se apresentam em torno daquilo que conceitualmente é definido como “desinformação”, ou seja, reflexões sobre o nosso tempo concomitante de vida em que se dá crédito a teorias absurdas, se reescreve o passado a par
...
tir da lógica das falsificações históricas e se constrói perigosas verdades alternativas. Como enfatizou Roger Chartier (2022), num recente artigo sobre a questão da verdade, há que se remarcar também as ameaças que o estatuto de desinformação confere à própria interpretação do passado: “nossa relação com o passado está ameaçada pela forte tentação de histórias imaginadas e pelas tentativas políticas de reescrita do passado” (página 9). Exemplar neste sentido, no Brasil, tem sido a volta da idolatria ao período ditatorial levada a cabo por representantes políticos da extrema-direita, capitaneada pelo Presidente Jair Bolsonaro, que incontáveis vezes tem feito apologia à ditadura civil-militar instaurada em 1964 e homenagens a torturadores do período, nas inúmeras ocasiões a que se refere, por exemplo, ao coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, que foi chefe do DOICodi. Refletir sobre desinformação e as teias comunicacionais nos tempos contemporâneos torna-se, portanto, urgente." (Prefácio, página 11)
more